Klayre's Accident - EXCLUSIVO. 15/04

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[ 𝟏𝟓 / 𝟎𝟒 ]
𝙺𝚕𝚊𝚢𝚛𝚎'𝚜 𝐀𝐜𝐜𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭
Michael por sua vez, estava planejando sua cruel surpresa para este dia. Na maior das intenções, era apenas assusta-lá e então dar seu presente como pedido de desculpas e um grande parabéns. Mas ele estava planejando tudo isto, se esquecendo da última vez em que ele deu susto em alguém.
Michael foi descendo as escadas devagar, passando a mão pelo corrimão sem levantar suspeitas alguma. O corredor apagado, apenas a luz da cozinha e sala de estar acesa. Ele passou pela porta da cozinha, pôde ver William preparando surpresa e alguns presentes. Tudo estava correndo bem por lá. Então ele continuou passando sem se preocupar em ser visto, chegou ao fim do corredor e, abriu a porta do porão. Lá estava Jeremy, seu amigo de longa data. Sentado no canto do porão, era um cúmplice dessa surpresa.
—Jeremy, você fica aqui. Acho que a qualquer hora meu pai pode sair da cozinha para ir em outro canto...- Ele desceu um degrau da escada, encostando um pouco a porta atrás.
—Michael eu acho que isso não vai dar certo. - Jeremy, desde já repudiando a idéia dessa surpresa. Ele abraça mais seus joelhos e esconde um pouco de seu rosto.
—Ei, relaxa. Confia em mim, eu vou acender a luz do porão então, se você tem medo do escuro...- Michael diz como se não tivesse entendido a preocupação de Jeremy no momento. Jeremy então levanta a cabeça e um pouco de sua voz, incomodado com a situação.
—Você sabe que não é disso que estou falando. Você vai acabar matando a sua irmã também, e seu pai não vai te perdoar. Ele nem se quer te perdoou da última, e agora que ele tem afeto com ela, jamais perdoará se algo acontecer.
Michael se aproximou, preocupado com que William tivesse ouvido a voz de Jeremy, ele cobre a boca do garoto com uma mão, abaixado frente a Jeremy.
—Shh! Ele não sabe que está aqui. Eu planejei tudo dessa vez. Olhe só, a Circus Baby está ali, está danificada desde a morte da Elizabeth...Terá velas chamativas guiando Klayre e, ela vai achar esse grande presente na frente de baby. Então ela vai...Huh...Se abaixar para pegar e a baby vai só dar um pequeno sustinho? - Diz, cheio de incertezas. Neste momento Jeremy estava olhando para Michael incrédulo, então balançou a cabeça para os lados e voltou a agarrar seus joelhos, no cantinho.
—Deveria me ouvir.
—Fique calmo. Se precisar de algo dê algumas batidinhas na porta... mas não deixe meu pai te ver aqui.
—Certo...? ‐ Ele parecia confuso sobre como faria isso, mas não fez mais questionamentos. Então apenas deixou sua cabeça repousar sob seus joelhos enquanto Michael saia e fechava a porta apagando a luz denovo.
No quarto de Klayre, as estrelinhas do teto de seu quarto continuavam a brilhar em tom neutro, o ar era fresco, estava escuro, e ela permanecia adormecida agarrando seu coelhinho de pelúcia.
Michael foi andando até a cozinha novamente onde seu pai estava, parou na porta e observou um pouco seu pai organizando tudo com cuidado.
—Então, pai? O que faremos hoje? - Tão de repente, William teve um pequeno susto com sua presença, apenas olhou para Michael com um mínimo de desprezo e desgosto e tornou a fazer o que estava fazendo antes dele chegar.
—Huh. Eu nem sei Michael. - Diz, enquanto colocava um grande bolo na mesa.
—Não pensou em nada para ela? Que surpresa, eu achei que você tivesse planejado com antecedência... - Michael então cruzou os braços enquanto ainda estava na porta, observando todo o trabalho.
—Eu estou sim preparando uma surpresa para ela, Michael. Não está vendo? - Ele não tirou os olhos em nenhum momento para falar com Michael.
—Eu também. Comprei um grande presente para ela, inclusive. Acho que ela vai amar a surpresa. - Estava tentando parecer enigmático, porém pareceu mais suspeito do que qualquer outra coisa. William tampou o bolo, então retirou as luvas de cozinha e seu avental.
—Eu vou para a loja de brinquedos, comprar algo para ela. Então trate de ficar aqui e cuidar dela.
—Pode deixar! Hah. - Michael disse mais que rapidamente. William olhou para ele com seriedade, e passou por Michael indo pegar as chaves do carro. Michael estalou seus dedos como se fosse começar seu trabalho do dia. Foi até o quarto dela e abriu gentilmente a porta, que pôde fazer com que a luz fosse diretamente no rosto dela causando desconforto.
—Bom dia, querida. - Disse com a voz leve e quase em um cochicho.
—Feche essa porta. - Foi usando seu coelhinho de pelúcia para tampar o rosto e virou de costas.
—É melhor você acordar, você vai querer passar o dia com o seu querido irmão. - Ele, entrando no quarto. Mas, ela já havia voltado a dormir. Michael se aproximou e se inclinou, dando conta que ela já havia adormecido denovo. Então ele retirou o cobertor e pegou ela em seu colo, sem mais nem menos.
—Ah vamos! Você é mais uma chata ranzinza, eu só quero demonstrar meu amor. - Ela não demonstrou interesse. Mas ele ignorou, e foi levando ela para a sala de estar.
—Vamos lá, você quer ver desenhos? Desenhar? Matar algum inseto? Parece o seu tipo de coisa. - Ele virou Klayre de frente para ele, enquanto a segurava com as duas mãos. Ela estava babando de dormir a essa altura.
—Credo, você é mais morta que eu. Ei! - Michael chacoalha Klayre com um pouco de rapidez.
—Eei! Esse dia é único!
—MICHAEL MAIS QUE INFERNO! Papai! - Ela acorda assustada, e revoltada. Começou a chamar por William sem saber que ele havia saído. Antes que ela continuasse a gritar, Michael colocou um biscoito na boca dela, que foi capaz de fazê-la parar.
—Ele foi fazer alguma coisa, eu só quero te dar atenção. - Klayre tira o biscoito da boca depois de ter dado uma mordida.
—Se eu deixar, você me deixa em paz? - Diz, enquanto mastiga. Michael faz uma carinha convincente, respondendo a pergunta como um "sim".
—Certo, me coloca no sofá e me deixa. - Michael fez o que foi pedido, mas logo o telefone começou a tocar.
—Só um minuto meu amorzinho. - Ele deixa um beijo na bochecha de Klayre, e vai atender o telefone sem pressa.
—Ninguém merece. - Ela se deitou no sofá e se virou para uma almofada, praticamente voltando a tentar dormir.
—Alô? - Segurou o telefone.
—Está tudo bem aí com a Klayre? Talvez eu demore um pouco no trânsito.
—Perfeitamente. Ela já está até acordada a essa altura. - Klayre então se deu conta que Michael estava no telefone com William, ela deu um grito chamando-o, "PAPAI!".
—Infelizmente terei que desligar, até em breve. - Desesperadamente desligou o telefone.
—Mas o que- MICHAEL! - O telefone desliga, William impacientemente pega os presentes e coloca no carro, entra no carro com tudo e começa a liga-lo com toda a agressividade e pressa que poderia ter.
—Meu amor, não faça isso. Ele vai pensar que eu estou fazendo algo. Você quer mais alguma coisa? - Ele passou as mãos nos cabelos dela, mas Klayre sempre paralisa quando ela não quer mais falar com alguém, então ela manteve sua expresse neutra e "endureceu" no sofá, sem respostas e sem reações.
—Um suco? Ou então...
William estava dirigindo em alta velocidade, sem respeitar semáforos ou quaisquer outras regras de rua. Em meio a essa velocidade, uma garota passava na rua atrás de seu cachorro, em uma infelicidade, William não deu atenção a isso e mesmo assim passou atropelando ela com tudo. Ela caiu no chão e a traseira do carro ainda pôde passar por cima dela, que começou a chorar.
—Já sei, biscoitos? É! Você adora biscoitos. - Ele abria o pote de biscoitos para mima-la, mas não obtinha respostas nenhuma. Ele começou a se incomodar com o silêncio, mas também ficar assustado. Entretanto, pegou as almofadas do sofá e colocou por volta dela, fazendo-a se sentir bem. Ainda sim, não obteve respostas.
—E se eu fazer massagem nos pézinhos? Hein, hein? - Pegou os pézinhos que usavam meias branquinhas e massageou, ainda em uma tentativa de melhorar a situação. Tudo que Klayre podia pensar era: "Que droga, Michael."
William chega em casa estacionando errado, e parando o carro de qualquer jeito, abriu a porta quase que em um chute.
—MICHAEL. - A cena era a seguinte: Klayre paralisada no sofá, sem reações, e visivelmente incomodada, enquanto Michael massageava os pés dela.
—Sim, senhor? - Michael virou a cabeça um pouco sem parar de massagear os pés dela. William anda até os dois devagar olhando para Klayre, então pega ela no colo como se estranhasse a paralisia.
—Klayre? - Diz ele, estranhando.
Ela tomou a consciência denovo quando se deu conta que ele finalmente estava ali. Michael se levanta olhando para o William indiferente.
—Eu já estava achando que ela estava tendo um tipo de desmaio, ou derrame...parecia um boneco de pano sem reação no sofá. - Ele foi ignorado. William pegou o presente mostrou a ela o ursinho que ele comprou, acariciou a bochecha e deu um beijo na cabeça dela, transmitindo uma sensação de segurança. Klayre o agarrou com força juntamente com o ursinho.
—Eu agradeço, papai. É incrível vindo de você... - Michael pareceu se irritar com isso.
—"É incrível vindo de você", mas e eu? Eu estava tentando te mimar!
—Você me arrancou da cama, e me infernizou.
—Estava apenas demonstrando algo...- Ficou pouco chateado com isso. William olhou de baixo para cima, com desprezo.
—Olha minha princesa, irei preparar algo, que tal ir brincando com seu ursinho? - Ele aperta um pouco as bochechas grandes dela.
—Tudo bem, papai. - Ela foi colocada no sofá denovo. William tocou seu cabelo antes de ir novamente a cozinha.
—Ahm...e eu irei dar uma olhada na minha "coisa". - Nada discreto, foi ao porão. Mas não foi questionado, William não teria visto o caminho que Michael seguiu.
A porta do porão é aberta com sigilo. A luz não foi acesa dessa vez.
—Tudo bem até agora? - Diz Michael, em cochicho.
—Sim mas, só uma coisa, Elizabeth não havia morrido ali dentro? Nesse tempo sozinho, tenho pensado nisso. - Até sua voz demonstrava pouca fé no plano, e pouca fé que tudo daria bem.
—Huh bom, sim, mas o que isso quer dizer? Isso não deve importar tanto...
—E se ela ligar? - Jeremy interrompe a fala de Michael. — e não ouse me dizer que isso é paranóia.
—Ahm...- Michael não havia pensado muito nesta hipótese. —Não. Provavelmente meu pai a desligou. Ela deve estar fora de funcionamento, eu...Acho. - Um pouco de silêncio invade o porão.
—Na boa, se algo acontecer, eu quero sair daqui com vida. Ele vai matar você, e eu. E não é figurativo. Não quer desistir da ideia?
—Não. E tudo bem, eu posso tentar conferir isso com ele.
—M-mas tente não fazer de forma suspeita. Se ele suspeitar vai querer saber o "porquê" da pergunta. Você vai se embaralhar para dar um motivo. - Michael parecia estar levando tudo isso a sério demais, tanto que nem mesmo esperou que Jeremy concluisse, ele saiu e fechou a porta do porão denovo. Foi cuidadosamente até William, pensando em como perguntaria.
Ele já estava completando toda a festa da Klayre, e já estava quase com o traje de springbonnie todo completo, apenas faltando a cabeça da fantasia.
—Posso fazer uma pergunta hipotética? - Diz enquanto repousa sua cabeça na porta da cozinha, de braços cruzados tentando não se manifestar preocupado.
—O que foi denovo, Michael?
—Bem. - Ele pensou na pergunta, não conseguiu formular algo não suspeito, então apenas foi com a sua cabeça. — Eu estava fazendo a surpresa no porão para não ter um risco dela ver antes da hora então reparei em Circus Baby, me surgiu uma questão. Tem chances dela ligar? - Michael, transpareceu sua preocupação.
—Você retirou a carga dela? Ou...
—Hum?! Que conversa é essa Michael? [...]
—Não que tenha algo haver, é só que, talvez pareça um risco. Se ela de repente descer lá em baixo? - Nesse instante, William olhou para Michael mais sério que o normal. O garoto engoliu seco e ficou petrificado com o olhar.
—Não Michael, não tem chances dela ligar.
—C-como você sabe? -Questionou de forma frenética e mais preocupada. — Eu quero dizer.
—Michael...Por que está fazendo tantas perguntas sobre ela? No que está pensando?
—Ahm...Eu...
—Você? - Apressadamente, exigindo resposta.
—É que meu presente está meio próximo demais de Baby. Não quero que Klayre se aproxime tanto com esse risco de acontecer o que aconteceu da última vez. - Fechou os olhos com força, com medo da resposta. William suspirou como se sentisse aliviado.
—Ela tá bastante mal acabada, ela não vai ligar quando você pegar seu presente.
—Que alívio! Digo, que bom. Obrigado, tchau! Tchau... - Virou as costas e saiu muito nervoso depois dessa conversa. William voltou a se vestir.
Repetidamente, a porta do porão foi aberta, Jeremy olhou para Michael. —Que demora!
—Ah, é? E como você queria que eu fizesse essa pergunta a ele? Eu tive que "dibrar" ele várias vezes.
—E então?
—Ele disse que ela está mal acabada, e "não vai ligar quando você pegar seu presente".
—Não sei, estou sentindo algo ruim sobre isso...
—Mas é só uma pegadinha, ela pode até acabar rindo no final.
—Eu espero.
Finalmente, tudo estava feito. A festa inteira montada e os presentes prontos, William coloca a cabeça de springbonnie completando o traje. E Michael deu início ao seu plano, colocou velas no chão, do quarto de Klayre até o porão.
—Klayre, minha princesa! Onde está você? - William, saindo da cozinha para procura-la.
Klayre estava em seu quarto, vestida com um pijaminha de coelho, em homenagem a William, enquanto fazia uma cartinha para ele. Michael foi rápido para o quarto dela.
—Seu papai está te chamando, aniversariante. - Ele estava com um sorriso, Klayre se levanta muito feliz para vê-lo. William estava no andar de baixo, ainda procurando por ela.
—Mas antes, Klayre, você quer ver meu presente?
—Posso ver isso depois? Eu quero ficar com o meu papai agora. - Ela tenta passar.
—Você queria tanto o que eu comprei para você, não quer mesmo ir ver? - Isso foi como uma manipulação. Ela parou e suspirou, então disse "Tudo bem", antes de começar a seguir as velas.
—KLAYRE? - William estava deverás preocupado, já havia chamado ela muitas vezes sem ter nenhuma volta de resposta.
Puppy, quem protege Klayre, não podia ser ouvida por William, ou Michael. Apenas pela Klayre, mas estranhamente Klayre não podia ouvi-lá mais nesse dia. Puppy se desesperou, caia no chão, prevendo o pior. —Oh céus. Oh céus...
—Faça alguma coisa, Puppy. - Diz, um ser como a Puppy, inteiramente escuro, mas que brilhava em branco. Enquanto Puppy, brilhava em roxo efervescente.
—Eu não consigo. Ela não está me ouvindo.
—Você vai deixa-la morrer?
—EU NÃO VOU CONSEGUIR FAZER NADA. - Ela já estava praticamente desmaiando. Sua voz despedaçou o espelho do quarto de Klayre.
A garota inocentemente seguia as velas, abriu a porta do porão, mas não viu Jeremy, estava tudo escuro e apenas as velas podiam iluminar o local.
—Interessante, o que foi que você preparou aqui?
—Continue seguindo as velas! - Michael parou no degrau da escada, enquanto via ela. Os gritos de William chamando por seu nome, eram abafados pelo teto do porão. Jeremy tremia inteiro de nervosismo e medo.
Passos a frente, Klayre se depara com uma grande caixa de presente, vermelha com fitas douradas. Ela não viu circus baby, pois a escuridão do cômodo era imensa o suficiente para não mostrar muitas coisas lá dentro. Ela parou e observou a caixa, tudo ficou muito quieto. Nem uma brisa de vento passava por lá.
Klayre deu seus passos até a caixa, e pegou devagar.
William pôde ver a porta do porão aberta sem luz, antes que [...]
O barulho foi estrondoso, Circus Baby, deu seu grito enquanto sua garra pegava Klayre e puxava violentamente para dentro, a garota deixou sua caixa de presente cair no chão, os barulhos de ossos e impacto foram grandiosos. O sangue pôde voar nas paredes, manchar o chão, e até mesmo fazer com que circus Baby pifasse. Michael e jeremy se cobriram de sangue, enquanto William... se aproximou lentamente olhando para todo aquele sangue.
Michael rapidamente correu até a porta e fechou impedindo que William pudesse entrar.
—JEREMY, TIRE ELA DAI DE DENTRO!-
Jeremy estava devastado, e horrorizado com todo aquele sangue, em suas mãos, em suas roupas, no chão...Foi se aproximando para tentar abrir a barriga do animatrônico a força.
—M-michael...ela morreu...Eu tenho certeza de que está morta...Oh céus. - Jeremy continua forçando para abrir a barriga de Baby. William esmurra a porta, na tentativa de entrar. —O QUE ACONTECEU MICHAEL? - O garoto continuava a barrar a entrada.
—NADA. A KLAYRE ESTÁ ÓTIMA. NÃO...NÃO É? NÃO É JEREMY...? - Jeremy soluçava de chorar.
—Só tem sangue... por toda a parte.
—CADÊ A KLAYRE MICHAEL? - William não parou de esmurrar a porta. Michael chorou desesperadamente.
—Michael não tem outro jeito! Não vamos conseguir salvar ela...
—ELA ESTÁ BEM...ELA...
—NÃO MICHAEL, ELA NÃO ESTÁ, ELA PODE ESTAR MORTA E SÓ SEU PAI VAI ABRIR DISSO. DEIXE-O ENTRAR! - Jeremy explodiu com Michael, a infantilidade dele. Parecia que mesmo depois de tudo, ele ainda não tinha a ficha caida. Michael abriu a porta, e William andou lentamente até a Baby, coberta de sangue. Jeremy no auge de seu desespero, se ajoelhou.
—EU SINTO MUITO. Eu sinto muito, eu sinto muito... meu Deus, eu sinto muito! - William ignorou, ele olhava diretamente para o sangue de Klayre no chão.
—O que vocês fizeram...?
—A gente deixou o presente perto da circus baby... - Jeremy tremia e gaguejava. — E achamos que ela não iria ativar se a Klayre se aproximasse. Era para ser um susto com a Klayre vendo ela...
—E o senhor disse que ela não ligaria! - Gritou Michael, chorando.
—Michael cala a porra da boca...- William pensava, "Eu não entendo...Ela não funciona a anos...". Ele então, como um expert, abriu a barriga do animatrônico. —Liguem para a emergência. Agora.
Jeremy pegou seu telefone e começou a discar para a emergência, quase errando as teclas na hora de discar. Enquanto Michael, chorava desesperado, correu para seu quarto e se trancou. William estava pela primeira vez, verdadeiramente triste. —Oh...Klayre...- Caia lágrimas, com os sangue dela nas mãos.
Klayre estava completamente machucada, a pele inchada, mal dava de ver seu rosto, o sangue cobriu tudo. As pernas, quase deslocadas. William pegou o corpo dela de dentro do animatrônico com cuidado, a voz de Jeremy podia ser ouvida direto da sala de estar. "ALÔ! É UMA EMERGÊNCIA...UMA GAROTINHA DE TRÊS ANOS SE ACIDENTOU...", mas apesar de tudo, na mão dela ainda estava a cartinha que ela fazia antes de ter sofrido esse acidente. William viu a cartinha, e pegou para ler. Não estava terminada, mas... [...]
_Por mais que hoje seja o dia em que eu nasci, eu fico feliz de passar todos os dias da minha vida com você, porque além desse, você faz todos os outros brilharem ainda mais. Dia 15/04 é apenas um detalhe, a estrela, ou melhor, o sol de todos os dias, é apenas você. Você, você, e você. Eu te am..._
Ele tirou a cabeça do traje e chorou enquanto segurava ela no colo. Mas ela não tinha sinal algum. Enfim a ambulância chegou após alguns minutos.
_No hospital,_ Ninguém havia falado com ele ainda sobre o estado de Klayre. Mas havia um cantinho, com uma janela de vidro de observação, onde alguns minutos a mais depois, levaram Klayre para lá, onde William podia vê-la desacordada na maca de hospital, totalmente pálida, como um papel. Ele colocou suas mãos nos vidros enquanto a olhava, segurava em suas mãos o ursinho que comprou para ela.
Um diálogo entre médicos, diziam:
—Então, e a garotinha?
—Sem esperanças. Verificamos e nada, parece que ela é algum fruto de uma ciência desconhecida. Não possui órgãos, o cérebro permanece ativo, mas é um dos únicos que ela tem.
—Como assim?
—Parece que ela não é bem um ser humano. Isso não é contra as leis, apenas incrivelmente anormal. E pode virar caso de jornalismo, se for exposto a público.
—E tem chance dela estar morta?
—Não sabemos, como eu disse, não há órgãos. Apenas feridas gravíssimas, e o cérebro permanece ativo. Pode ser que ela abra os olhos, bom, se ela ainda tiver os olhos. - Disse, antes de se virar e sair andando.
William só podia se desesperar ainda mais, olhando para os dois conversando. Então, tornou os olhos para o vidro. Quando ele olhou de volta, Klayre estava olhando para ele, o olhar vazio e cheia de costuras. Parecia sentir uma dor imensa, caiu algumas lágrimas... e ela levantou sua mãozinha para ele, como se fosse pegar a mão dele. Ele ficou em pânico, e colocou as suas mãos no vidro, como se fosse pegar ela. Ela ainda esticava a mão para ele, com um sorriso cheio de dor. Um dos médicos entrou na sala e colocou uma máscara nela, onde ela foi apagando denovo.
Após William ver a Klayre pelo vidro da sala, os médicos fecham o vidro e começam a fazer outro exame nela, se certificaram que não havia formas de saberem o estado dela, já que a mesma não tinha órgãos que podiam dar indícios de bem ou mal estar.